O perfil do fator de risco de mulheres com infertilidade secundária: um estudo de caso-controle incomparável em Kigali, Ruanda

O perfil do fator de risco de mulheres com infertilidade secundária: um estudo de caso-controle incomparável em Kigali, Ruanda

De: Nathalie Dhont, Stanley Luchters, Claude Muvunyi, Joseph Vyankandondera, Ludwig De Naeyer, Marleen Temmerman, Janneke van de Wijgert
Publicação: Saúde da Mulher BMC11 (32) (junho de 2011)

Sumário

BACKGROUND

A infertilidade secundária é um problema de saúde reprodutiva comum, evitável mas negligenciado em países com poucos recursos. Este estudo examina a associação de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) anteriores, incluindo HIV, vaginose bacteriana e fatores na história obstétrica com infertilidade secundária e suas contribuições relativas para a infertilidade secundária.

De Depósito

Entre Novembro de 2007 e Maio de 2009, foi criada uma clínica de investigação sobre infertilidade no Hospital Universitário de Kigali, no Ruanda. Os casos foram definidos como mulheres sexualmente ativas com idade entre 21 e 45 anos apresentando infertilidade secundária (n = 177), e os controles como mulheres multíparas na mesma faixa etária que tiveram parto recente (n = 219). As participantes foram entrevistadas sobre características sociodemográficas e história obstétrica por meio de questionários estruturados, e foram testadas para HIV e infecções do trato reprodutivo (ITR).

Resultados

Os fatores de risco na história obstétrica para infertilidade secundária foram falta de assistência pré-natal na última gravidez, primeira gravidez antes dos 21 anos, história de gravidez indesejada, gravidez com outro parceiro que não o atual, resultado adverso da gravidez, nado-morto, infecção pós-parto e curetagem. A presença de HIV, vírus herpes simplex tipo 2 (HSV-2) ou anticorpos contra Treponema pallidum e vaginose bacteriana foram significativamente mais comuns em mulheres em relacionamentos inférteis secundários do que naquelas em relacionamentos férteis. As frações atribuíveis à população (PAF%) para eventos obstétricos, HIV, outras (ISTs) e vaginose bacteriana foram de 25%, 30%, 27% e 14%, respectivamente.

Conclusões

A principal conclusão deste estudo é que os eventos obstétricos, o VIH e outras IST contribuem de forma aproximadamente igual para a infertilidade secundária no Ruanda. A intensificação da prevenção do VIH/IST, o aumento do acesso aos serviços de planeamento familiar, a melhoria dos cuidados pré-natais e obstétricos e a redução das taxas de nado-morto e de mortalidade infantil são susceptíveis de diminuir a infertilidade secundária na África Subsariana.