O que motiva a distribuição de antibióticos em pontos de venda credenciados de medicamentos na Tanzânia? Um estudo qualitativo

O que motiva a distribuição de antibióticos em pontos de venda credenciados de medicamentos na Tanzânia? Um estudo qualitativo

De: Angel Dillip, Martha Embrey, Elizabeth Shekalaghe, Dennis Ross-Degnan, Catherine Vialle-Valentin, Suleiman Kimatta, Jafary Liana, Edmund Rutta, Richard Valimba, John Chalker
Publicação: Resistência Antimicrobiana e Controle de Infecção4: 30 (2015)

Sumário

BACKGROUND 

A Tanzânia introduziu o programa credenciado de distribuição de medicamentos (ADDO) há mais de uma década. Avaliações anteriores geralmente mostraram que os ADDOs atendem aos padrões definidos de prática melhor do que os estabelecimentos não credenciados. No entanto, ADDOs ainda enfrentam desafios com o uso excessivo de antibióticos para infecções respiratórias agudas (IRA) e diarreia simples, o que contribui para o surgimento de resistência aos medicamentos. Este estudo teve como objetivo explorar as atitudes dos proprietários e dispensadores de ADDO em relação à dispensação de antibióticos e aprender como a acreditação influenciou seu comportamento de dispensação.

De Depósito

O estudo utilizou uma abordagem qualitativa. Conduzimos entrevistas aprofundadas com proprietários e distribuidores ADDO nas regiões de Ruvuma e Tanga, onde o governo implementou o programa ADDO sob abordagens centralizadas e descentralizadas, respectivamente; um objetivo secundário era comparar as diferenças entre as duas regiões.

Resultados

Os resultados indicam que o programa ADDO trouxe mudanças positivas no conhecimento das práticas de dispensação. Os entrevistados foram capazes de explicar corretamente as diretrizes de tratamento para IRA e diarreia. Quase todos os dispensadores e proprietários indicaram que o uso desnecessário de antibióticos contribuiu para a resistência antimicrobiana. Apesar desse conhecimento, traduzi-lo para a prática de dispensação adequada ainda é baixo. O comportamento dos dispensadores é impulsionado pela demanda do cliente, hábito (“mazoea”), seguindo prescrições inadequadas das unidades de saúde e a necessidade de obter lucro. Embora a maioria dos dispensadores relatou ter intervindo em situações em que os clientes pediram antibióticos desnecessariamente, eles tenderam a ceder aos pedidos dos clientes. Pequenas variações foram observadas entre as duas regiões de estudo; por exemplo, alguns distribuidores em Ruvuma relataram o envio de clientes com prescrições incorretas de volta à unidade de saúde, uma prática que pode refletir diferenças regionais na implementação do ADDO e no treinamento em Atenção Integrada às Doenças Infantis. Os distribuidores em ambientes rurais relataram mais desafios no manejo de IRA e diarreia do que suas contrapartes urbanas.

Conclusão

Para reduzir o uso inadequado de antibióticos, as intervenções integradas devem incluir comunidades, unidades de saúde e ADDOs. O treinamento de atualização periódica com ênfase nas habilidades de comunicação é crucial para ajudar os distribuidores a lidar com clientes que exigem antibióticos. As autoridades responsáveis ​​devem garantir que os ADDOs sempre tenham as ferramentas e os recursos necessários disponíveis.