Implicações clínicas e financeiras dos padrões de consumo de medicamentos em um hospital de referência líder no Quênia para orientar o planejamento futuro de cuidados

Implicações clínicas e financeiras dos padrões de consumo de medicamentos em um hospital de referência líder no Quênia para orientar o planejamento futuro de cuidados

De: Patrick M. Kivoto, Mercy Mulaku, Charles Ouma, Alessandra Ferrario, Amanj Kurdi, Brian Godman, Margaret Oluka
Publicação: Fronteiras em Farmacologia2018; Vol. 9: 1348. DOI: 10.3389/ffar.2018.01348.

Sumário

BACKGROUND

Os medicamentos podem constituir até 70% dos orçamentos totais de saúde nos países em desenvolvimento, bem como despesas consideráveis ​​em hospitais. As técnicas de gerenciamento de estoque podem ajudar no gerenciamento de recursos de forma eficiente. No Kenyatta National Hospital (KNH), um hospital líder no Quênia, mais de 30% dos gastos são atualmente alocados em medicamentos, e isso precisa ser gerenciado de maneira otimizada.

Objetivo

Investigar os padrões de consumo de drogas, seus custos e padrões de morbidade no KNH nos últimos anos.

Metodologia

Revisão de registros retrospectiva transversal. Técnicas de controle de estoque, ABC (Sempre, Melhor e Controle), VEN (Vital, Essencial e Não Essencial) e análises matriciais ABC-VEN foram usadas para estudar os padrões de gastos com medicamentos. Os dados de morbidade foram extraídos dos prontuários.

Resultados

De uma média de 811 tipos de medicamentos adquiridos anualmente (ATC 5), 80% eram medicamentos de formulário e 20% não eram de formulário. Os medicamentos da classe A constituíam 13.2–14.2% dos diferentes medicamentos adquiridos a cada ano, mas representavam uma média de 80% do gasto anual total com medicamentos. Os medicamentos da classe B constituíram 15.9–17% de todos os medicamentos adquiridos anualmente, mas representaram 15% da despesa anual, enquanto os medicamentos da classe C constituíram 70% do total de medicamentos adquiridos, mas apenas 5% da despesa total. Os medicamentos vitais e essenciais consumiram o maior percentual de gastos com medicamentos. A categorização ABC-VEN mostrou que uma média de 31% dos tipos de medicamentos consumiram uma média de 85% do gasto total com medicamentos. A análise da categoria terapêutica e dos padrões de morbidade mostrou um descompasso entre o gasto com medicamentos e os padrões de morbidade em mais de 85% das categorias.

Conclusão

Os medicamentos de classe A são poucos, mas consomem a maior proporção dos gastos hospitalares com medicamentos. Itens vitais e essenciais representam os maiores gastos com medicamentos e precisam ser cuidadosamente gerenciados. A categorização ABC-VEN identificou medicamentos em que grandes economias poderiam ser feitas com a ajuda da categoria Terapêutica e da análise do padrão de morbidade. Houve um alto percentual de itens não-formulários, que precisam ser abordados. Técnicas de controle de estoque devem ser aplicadas rotineiramente para otimizar o uso de medicamentos dentro dos orçamentos disponíveis, especialmente em países de baixa e média renda.